A indústria de cosméticos que engloba os setores de perfumaria, higiene
pessoal e limpeza, representou 21% do faturamento líquido da indústria química
brasileira em 2023, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Química
(ABIQUIM). Além de sua significativa importância na economia nacional, os produtos
cosméticos se tornaram indispensáveis no cotidiano das pessoas. [1]
Por isso, é crucial que este mercado esteja atento às novas tendências e
preocupado com a sustentabilidade na produção, diante das questões climáticas
globais.
O que é o desenvolvimento de produtos sustentáveis (DPS)?
A Comissão Brundtland das Nações Unidas emitiu, em 1987, um relatório
com a definição mais aceita do conceito de desenvolvimento sustentável: “atender
as necessidades sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender
às suas próprias necessidades”. No entanto, na lógica predominante das grandes
indústrias, as questões ambientais são frequentemente deixadas em segundo plano,
enquanto a geração de produtos de baixo custo e alta lucratividade é priorizada. [2]
Para criar um cosmético sustentável, uma das principais questões é a seleção
de matérias-primas que garantam a segurança e eficácia aos consumidores. Além
disso, é preciso associar a um desenvolvimento de formulação que substitua
produtos químicos por materiais sustentáveis e escolher embalagens adequadas
para minimizar o impacto ambiental negativo.
Como avaliar os impactos causados por um produto cosmético?
Uma maneira de avaliar os impactos causados por um cosmético, é através
do processo de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), que consiste em quantificar as
emissões, os recursos consumidos e analisar os impactos ambientais e de saúde.
Veja abaixo algumas das fases essenciais para uma abordagem sustentável na
indústria cosmética:
- Fase de Abastecimento: Inclui a extração da matéria-prima e a seleção de produtos químicos que atendam a padrões éticos, sendo social e ambientalmente responsáveis.
- Fase de Manufatura: inclui o uso de água, energia e a gestão de outras emissões de resíduos. Muitas alternativas podem ser adotadas para a produção de cosméticos, como a utilização de energia solar ou eólica.
- Fase de Embalagem: as embalagens devem proteger e manter as funcionalidades do cosmético até o usuário final. Devido ao alto impacto causado pelas embalagens plásticas, uma alternativa viável é o uso de bioplásticos produzidos a partir de polissacarídeos, polietileno, bio-PET, etc. [3]
Como a população pode contribuir?
Além da indústria adotar práticas de desenvolvimento sustentável, a
população também desempenha um papel fundamental na sustentabilidade
ambiental. A maneira como os indivíduos utilizam os produtos afeta diretamente a
quantidade de resíduos que serão descartados, especialmente em produtos como
xampus e sabonetes, assim como o impacto durante o processo de descarte das
embalagens.
Portanto, é fundamental que os consumidores sejam conscientizados sobre a
frequência e a quantidade adequada de utilização dos produtos, informações essas
que podem ser encontradas nos rótulos. Isso ajuda a otimizar o consumo e reduzir
desperdícios!
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Jenifer Miho
Jenifer Miho é estudante de graduação na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e ingressou como assessora de Marketing na Farma Júnior em 2023.
Referências Bibliográficas
[1] ABIQUIM. O Desempenho da Indústria Química Brasileira 2023. ABIQUIM, 2023. Disponível
em: https://abiquim-files.s3.us-west-2.amazonaws.com/uploads/guias_estudos/Relatorio_2023-07.pdf.
Acesso em 11 jul. 2024.
[2] JABBOUR, Charbel José Chiappetta; SANTOS, Fernando César Almada. Desenvolvimento de
produtos sustentáveis: o papel da gestão de pessoas., [s. l.], Abr 2007. DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-76122007000200007. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rap/a/Tpp54sfh9NMpLVMyqkRvdkS/#. Acesso em: 11 jul. 2024.
[3] FURMAN, Ana Carolina; VEIT, Márcia Teresinha; PALÁCIO, Soraya Moreno; GONÇALVES,
Gilberto da Cunha; BARBIERI, Jéssica Carolina Zanette. Sustentabilidade no processo produtivo
da indústria cosmética: uma revisão da literatura. [s. l.], Research, Society and Development, v.
11, n. 13, e586111335852, 16 out. 2022. DOI http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35852.. Acesso
em: 11 jul. 2024.